Tu B’Shevat
De acordo com o calendário judaico, em Tu b’Shevat, comemora-se o “Ano Novo das Árvores”. A data original (1º de Shevat) foi modificada para o 15º dia, por conta de uma curiosa adaptação. Muitos líderes religiosos não concordavam com a comemoração no dia 1º porque, em Israel, dependendo da região, algumas árvores começam a dar os primeiros frutos no início do mês e outras, no final de Shevat. Portanto, fixou-se o dia 15 para a festa, surgindo daí o nome Tu b’Shevat, já que, de acordo com a numerologia hebraica, a sigla “tu” se compõe das letras tet e vav e tem o valor numérico de 15.Com a conquista de Israel pelos cruzados cristãos, no século XI, e a migração da maior parte dos judeus rumo ao Oriente, a tradição do Rosh Hashaná La’Ilanot quase desapareceu da região, passando a se concentrar nas comunidades ashkenazim europeias.
Mas com o surgimento do movimento sionista, no final do século XIX, e, principalmente, após a criação do Estado de Israel, em 1948, a festa de Tu b’Shevat ganhou novo significado. Isso porque diversas regiões de Israel apresentavam terrenos pantanosos ou composições do solo impróprias para o plantio. A comemoração passou a ser, então, associada à reconstrução da agricultura e da natureza em Israel.
Em 1884, um grupo de moradores do Moshav Iesso HaMa’alá, na Galiléia, comemorou o Tu b’Shevat pela primeira vez com o plantio de árvores, o que se tornaria uma tradição. A preocupação com o reflorestamento ganhou corpo com a criação, em 1901, do Keren Kayemet LeIsrael (Fundo Nacional Judaico), considerado por muitos estudiosos como a primeira entidade ambientalista moderna.