Disciplina - Ensino Religioso

Ensino Religioso

25/08/2009

A religião primitiva de Roma

As sobrevivências totêmicas estão na crença em vegetais sagrados como a figueira e a fava e em animais sagrados, cujas lendas, justificam a proeminência: o lobo teria conduzido os samnitas à procura de um território, a loba, teria amamentado Rômulo e Remo, os gansos salvaram o Capitólio e os frangos eram considerados animais de presságios.
Algumas famílias conservavam os nomes totêmicos como os Porcci (porcos), os Fabii (fava). Sobre as insígnias das legiões figuram lobos, javalis e águias.
A palavra latina sacer, significa ao mesmo tempo o sagrado e o impuro. Havia dias nefastos, em que se ordena não pronunciar (non fari) as palavras sacramentais do oculto, há dias fastos. É proibido pronunciar o nome de certos deuses e tocar no saque feito durante a guerra.
O animismo romano coloca, em torno do homem, grande qualidade de espíritos. Procuram utilizá-los satisfazendo-os através da observação minuciosa de ritos.
Esses poderes impessoais são designados por uma palavra neutra – numem, plural numina. Assemelha-se a manifestação de manas, mas não parecem ligados a uma visão de conjunto sobre a unidade da matéria espalhada no mundo. São contidos em objetos materiais e aplicam-se a atos nitidamente definidos. Por exemplo, um espírito preside os campos, outro à preparação da terra, um terceiro às plantações, e assim sucessivamente.
Cada homem tem seu demônio (espírito) familiar, seu gênio (genius). Cada mulher possui um poder fecundante (juno). Há um espírito de barreira, separando as propriedades (terminus), um espírito da porta (janus), outro do lar (vesta). Existem espíritos protetores do solo e da casa, os "lares” e espíritos que protegem a despensa (penus), os penates. Quando se abandona a casa, deixam-se os lares para os outros, mas levam-se os penates. Os penates protegem os membros da família, mas não os escravos, os lares, mais populares os protegem.
Acreditavam na sobrevivência. Os mortos eram primitivamente enterrados sob o lar, que eles defendiam. Por eufemismo, chamavam manes (os bons) aos espíritos dos mortos. Dirigiam-lhe oferendas e refeições no dia dos mortos. Procuravam apaziguar os mortos hostis, os lêmures, através de determinadas cerimônias.
O animismo é acompanhado de magia. Os romanos reproduziam por imagens, por gestos e por palavras a realidade da qual desejava o aparecimento. Rodeiam-se as cidades com círculos mágicos para assegurar-lhes a defesa.
Festas campestres, algumas presididas pelo colégio dos sacerdotes Arvais (que significa campo), favorecem a vegetação, contribuem para o êxito da safra e das vindimas. Outros sacerdotes, os Lupercos (Lupus – lobo e Arcere – repelis), tiveram como tarefa principal correr nus - a fim de a roupa não atrapalhar a expansão da força mágica- e traçar um circulo que os lobos nunca ultrapassassem, esse era o objetivo da festa das Lupercais. Depois, Lupercos tornam-se, sobretudo estimuladores da fecundidade feminina, com um látego da pelo de bode, açoitavam as mulheres estéreis a fim de torná-las aptas à reprodução.
Os Sálios (da palavra salire – saltar) que formam outro colégio, executam, saltando e cantando, danças sagradas onde, entrechocando ruidosamente as armas e imitando o barulho das batalhas preparam a derrota do adversário e imantam seus escudos e suas lanças de força mágica.
Acessado em 25/08/2009 no sítio Mitologias e Religiões. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor do texto.
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