Disciplina - Ensino Religioso

Ensino Religioso

31/08/2009

Facebook traz tecnologia para o Ramadã no Egito

Da EFE
Heba Helmy.
Cairo, 28 ago (EFE).- Mensagens de felicitação, conselhos sobre como comer bem depois do jejum e convites para doar dinheiro aos pobres invadiram as páginas dos usuários egípcios da rede social Facebook, muito popular no país, em um fenômeno que dá um toque de tecnologia ao mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Quem quiser saber dos programas da televisão egípcia durante o Ramadã - mês da estreia de dezenas de telenovelas - precisa apenas perguntar a seus amigos no Facebook, e recebe a resposta momentos depois.
Também agem de forma parecida os muitos internautas egípcios que querem saber diariamente a hora exata do "iftar", a refeição que rompe o jejum do Ramadã, que deve ser mantido entre o nascer e o pôr do sol.
"Meus amigos e eu sempre usamos os Facebook no Ramadã para trocar felicitações e perguntar sobre os programas de televisão neste mês. É uma forma de comunicação mais rápida do que usar o telefone", disse à Agência Efe Noha Mohammed, uma jovem muçulmana.
Ela e muitos de seus amigos utilizam o Facebook inclusive para ler o Corão durante a oração do "tarawih", típica do Ramadã, rezada logo depois do "iftar".
Para Mohammed, "não há problema se a pessoa usa o Facebook de uma maneira razoável, sem perder o tempo que deve ser dedicado à religião neste mês sagrado".
Já para Indy Awad, uma jovem muçulmana que está desempregada, o Facebook ocupa um grande espaço de sua vida.
"Sou viciada no Facebook e, no Ramadã, o uso para perguntar e informar meus amigos sobre os shows e os programas de televisão", disse Awad à Efe, após postar na rede social uma parte de um programa de comédia exibido durante o Ramadã.
Neste ano, virou moda no Egito usar o Facebook para convidar os usuários a doar dinheiro aos pobres e a preparar a comida dos mais desfavorecidos.
"Chegaram para mim pelo Facebook muitos convites de grupos de caridade e de ONGs para ajudar os pobres durante o Ramadã", acrescentou Mohammed, cuja foto do perfil exibe uma típica lanterna do mês sagrado.
Grupos virtuais como "Ramadã para nós" e "Campanha de Caridade do Ramadã" incentivam os internautas a oferecer comida aos pobres ou montar uma mesa na rua para alimentar quem precisa.
É costume dar comida aos mais pobres em barracas montadas nas ruas especialmente para o Ramadã. No Egito, elas se chamam "Mawaid el-Rahman", ou mesas da misericórdia.
Além disso, o grupo "Campanha de Caridade do Ramadã" coordena atividades entre seus membros para cozinharem juntos para as famílias necessitadas.
Também não faltam nesta campanha os que incentivam a compra de roupas novas para dar de presente aos que não as têm nas festas de "Eid ul Fitr", celebradas no final do mês de jejum. Tudo pelo Facebook.
Até alguns especialistas da universidade egípcia de Al-Azhar, a instituição muçulmana mais prestigiada do mundo árabe, incentivam o uso do Facebook durante o Ramadã - supostamente um tempo de recolhimento -, mas sempre que seja de uma maneira útil.
"Não pediria para que as pessoas boicotassem o Facebook durante o Ramadã", disse à Efe Abdel Moti Bayumi, clérigo do Centro de Estudos Islâmicos da universidade de Al-Azhar.
"Alá pôs em cada um a consciência para distinguir entre um uso útil (do Facebook) e um uso danoso. O usuário é quem pode dizer se utiliza o site de uma forma que contradiz ou não a moral do islã e do espírito do Ramadã", acrescentou Bayumi.
O serviço de microblogging Twitter também serviu para que os fiéis muçulmanos e cristãos trocassem mensagens de felicitação como "Ramadã Karim (generoso)" e "Ramadã Mubarak (bendito)".
Perguntas sobre como se pode perder peso durante esta época, quando é comum comer doces, ou qual é o traje mais bonito para se usar no Ramadã, são frequentes no Twitter.
Alguns usuários do serviço foram além do uso social do site e se dedicaram a incentivar o aprofundamento na fé islâmica, fornecendo inclusive listas de links que podem ser úteis para tanto.
Seja no Facebook ou no Twitter, o Ramadã também se vive no mundo virtual. EFE
Acessado em 31/08/2009 no sítio G1.Globo. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor do texto.
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