Disciplina - Ensino Religioso

Ensino Religioso

03/11/2009

Maioria das religiões recorda os mortos

Para a tradição católica, os dias 01 e 02 de Novembro, de Todos-os-Santos e dos Fiéis Defuntos, respectivamente, acabam normalmente por se fundir, uma vez que o feriado do primeiro dia de Novembro é aproveitado para as visitas aos cemitérios, sobretudo se for a meio da semana.
A religião católica acredita na intercessão dos vivos pelos mortos, rezando pela sua alma e pedindo simultaneamente a sua ajuda junto de Deus para os que ficaram.
Os ortodoxos gregos e russos não diferem significativamente da tradição católica, embora relativamente aos gregos as celebrações tenham começado na quarta-feira, com a festa da Protecção da Mãe de Deus, prolongando-se por domingo e segunda-feira.
Os ortodoxos russos celebram os defuntos no primeiro sábado de Novembro, pelo que neste ano o ofício religioso vai ocorrer a 07 de Novembro, mas apenas "para os cristãos, católicos e ortodoxos, que adormeceram em Cristo".
"Não rezamos por Hitler, Estaline ou Salazar", sublinhou à Lusa o padre Arsénio Sokolov.
Os judeus têm no seu calendário duas datas especiais para celebrar os defuntos: o dia 10 de Tevet (meados de Dezembro, princípios de Janeiro) e o dia de Shoah (Holocausto), a 28 de Nissan (12 de Abril).
Na primeira festa são lembrados todos os que faleceram, especialmente os que não têm família ou que desapareceram sem que tenham tido exéquias ou funeral, enquanto na segunda são recordadas todas as vítimas do extermínio nazi.
Embora considerem que a alma, depois da morte, vá apenas colher os frutos do que semeou durante a vida terrena, os muçulmanos, que não praticam o luto, não deixam de recordar os defuntos, visitando as sepulturas sobretudo para "recordar constantemente a existência de Deus".
Segundo o sheikh David Munir, imã da Mesquita Central de Lisboa, é recomendado aos muçulmanos que visitem as sepulturas dos seus defuntos "sempre que quiserem, sem necessidade de um dia no calendário litúrgico".
Os hindus também não têm uma data específica para recordar os defuntos, mas todos os anos há uma quinzena dedicada à memória dos antepassados, em que se reza pelos que partiram mesmo quando se esqueceu da data efectiva da morte, referiu à Lusa Ashok Hansraj, porta-voz da comunidade.
Esse período chama-se Sharad e antecede o festival de Navratri (novena), podendo o nono dia dessa quinzena ser usado para celebrar a memória dos santos e mártires.
Este ano o dia 01 de Novembro não é dia de recordar os mortos, mas sim de festa para a comunidade hindu em Portugal, pois celebra o 11º aniversário do templo de Lisboa.
Sem seguir o calendário cristão e sem uma data específica para recordar os defuntos, os baha'i respeitam a memória dos que já partiram, rezando "pelo progresso espiritual dos defuntos".
"Acreditamos na vida depois da morte e por isso recordamos os que já partiram, que estão sempre presentes nas nossas orações", referiu à Lusa Marco Oliveira, porta-voz da comunidade.
Para os budistas, há um período de 49 dias entre a morte e o renascimento da pessoa durante o qual se deve "rezar intensamente pelo progresso espiritual" de quem morreu.
De acordo com Paulo Borges, da União Budista, no final das orações diárias os crentes fazem o que chamam de dedicatória, na qual canalizam todas as energias positivas para o bem de todos os seres.
Acessado em 03/11/2009 no sítio JN.Sapo.pt. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria.
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