Ensino Religioso
17/11/2009
Opshernish - Rito judeu de cortar o cabelo
Os judeus tradicionais geralmente esperam um menino completar três anos antes de fazer seu primeiro corte de cabelo. Isso é chamado "Upsherin" - uma palavra iídiche que significa "cortar fora." O costume é primeiramente mencionado em "Sha'ar HaKavonot" por Rabi Chaim Vital, aluno do notável cabalista do século dezesseis, o Arizal.
O terceiro aniversário é uma etapa importante na vida de um menino judeu. É quando ele inicia oficialmente sua educação de Torá, e começa a usar kipá e tsitsit.
Falando em termos de desenvolvimento, três anos de idade é um tempo chave de transição. Cortar o cabelo nesta idade provoca forte impressão emocional na criança. Ele sabe que está avançando rumo a um novo estágio de maturidade, e isso o ajuda a corresponder ao novo papel.
Por que três anos?
A Torá compara a pessoa a uma árvore:
"Uma pessoa é como uma árvore do campo..." (Devarim 20:19).
A idéia de três anos como etapa de transição deriva da mitsvá de Orlá. A Torá diz que se você plantar uma árvore, todos os frutos que crescerem durante os primeiros três anos são "orlá" - fora do alcance (Vayicrá 19:23). Assim como o fruto Orlá está fora de alcance por três anos, assim também deixamos o cabelo de uma criança em paz durante seus primeiros três anos.
Bloqueio espiritual
O termo "Orlá" aparece em três referências diferentes na Torá:
1) Frutos; 2) Brit Milá, e 3) A busca da verdade.
Mas o que significa literalmente a palavra "orlá"? E qual a conexão entre estas três referências?
A primeira referência, em Vayicrá 19:23, é que os frutos que crescem durante os três primeiros anos são classificados de "orlá" e não são comidos. Nachmânides explica que enquanto a árvore ainda é imatura, há um excesso de formação de fluidos nos frutos, o que pode ser prejudicial, caso ingerido. Orlá, como definido por Nachmânides, significa "bloqueado."
A segunda, e talvez mais famosa referência à "orlá," é o prepúcio que é removido durante a circuncisão (Bereshit 17:11). Os comentaristas explicam que aqui, também, orlá refere-se a bloqueio - neste caso, bloqueio espiritual. Um menino judeu não recebe a medida total de sua alma até que a circuncisão seja realizada, e por este motivo a Torá registra a conseqüência de "extirpação espiritual" para qualquer judeu do sexo masculino que não tenha um Brit Milá (Bereshit 17:14).
A terceira referência à "orlá" é quando D'us diz ao povo judeu "para remover a orlá do coração" (Devarim 10:16). Aqui a referência é simbólica; o Todo Poderoso está exortando as pessoas a buscarem a verdade. Fazer isso exige que se remova aquilo que impede a pessoa de enxergar a verdade - "as barreiras do coração."
Portanto, é apropriado que o dia do opshernish do garoto (quando ele simbolicamente deixa a categoria de "orlá" juntamente com seu cabelo) seja também o dia em que ele tradicionalmente inicia sua educação de Torá. Pois o estudo de Torá é a maneira básica de desligar o bloqueio espiritual, e remover as barreiras que impedem a pessoa de enxergar a verdade.
Conforme vai se livrando de seu cabelo, o menino sente que está entrando em uma nova etapa. Este é o dia de remover as barreiras.
Costumes
O terceiro aniversário de um garoto judeu é um evento especial repleto de importância. Para o corte de cabelo em si, é costume que membros da família e amigos dêem uma aparada. O primeiro corte é feito na frente da cabeça, no local onde o menino mais tarde colocará seu tefilin ao se tornar Bar Mitsvá.
Após aparar o cabelo, as pessoas dão ao menino uma bênção para obter sucesso na Torá, e também lhe dão dinheiro, que ele é encorajado a colocar na tsedacá, caixa de caridade. Já ouvi falar também de um costume de se pesar o cabelo do garoto, e então dar o valor equivalente em ouro ou prata para caridade - pelo mérito de que o menino tenha sucesso em Torá.
O primeiro corte de cabelo geralmente deixa o menino com "Peyot" - costeletas. Esta é uma glorificação do mandamento de não cortar o cabelo rente nos lados da cabeça (veja Vayicrá 19:27). As "Peyot" podem ser curtas ou longas, como preferir, desde que não sejam totalmente removidas. Os adultos cumprem esta mitsvá usando costeletas até o meio da orelha.
O dia do opshernish inclui estudar o Alef-Bet, as letras do alfabeto hebraico, com a criança. Uma bela maneira de se fazer isso é conseguir um cartão de plástico com o alfabeto, colocando um pouco de mel sobre cada letra. Deixa-se então a criança lamber o mel enquanto pronuncia cada letra. Isso é para que a Torá seja "doce em sua língua!"
Após três anos, ele agora começa a saborear os doces frutos da "Árvore da Vida."
Também se ensina à criança o versículo: "A Torá nos foi ordenada através de Moshê, uma herança para todo o povo judeu" (Devarim 33:4). Estas são as primeiras palavras que um menino judeu deve ser ensinado a falar, pois isso expressa seu relacionamento único e pessoal com a Torá.
Em Israel, tornou-se um costume fazer o primeiro corte de cabelo de um menino em Lag Baômer, no túmulo de Rebe Shimon Bar Yochai, em Meiron.
O terceiro aniversário é uma etapa importante na vida de um menino judeu. É quando ele inicia oficialmente sua educação de Torá, e começa a usar kipá e tsitsit.
Falando em termos de desenvolvimento, três anos de idade é um tempo chave de transição. Cortar o cabelo nesta idade provoca forte impressão emocional na criança. Ele sabe que está avançando rumo a um novo estágio de maturidade, e isso o ajuda a corresponder ao novo papel.
Por que três anos?
A Torá compara a pessoa a uma árvore:
"Uma pessoa é como uma árvore do campo..." (Devarim 20:19).
A idéia de três anos como etapa de transição deriva da mitsvá de Orlá. A Torá diz que se você plantar uma árvore, todos os frutos que crescerem durante os primeiros três anos são "orlá" - fora do alcance (Vayicrá 19:23). Assim como o fruto Orlá está fora de alcance por três anos, assim também deixamos o cabelo de uma criança em paz durante seus primeiros três anos.
Bloqueio espiritual
O termo "Orlá" aparece em três referências diferentes na Torá:
1) Frutos; 2) Brit Milá, e 3) A busca da verdade.
Mas o que significa literalmente a palavra "orlá"? E qual a conexão entre estas três referências?
A primeira referência, em Vayicrá 19:23, é que os frutos que crescem durante os três primeiros anos são classificados de "orlá" e não são comidos. Nachmânides explica que enquanto a árvore ainda é imatura, há um excesso de formação de fluidos nos frutos, o que pode ser prejudicial, caso ingerido. Orlá, como definido por Nachmânides, significa "bloqueado."
A segunda, e talvez mais famosa referência à "orlá," é o prepúcio que é removido durante a circuncisão (Bereshit 17:11). Os comentaristas explicam que aqui, também, orlá refere-se a bloqueio - neste caso, bloqueio espiritual. Um menino judeu não recebe a medida total de sua alma até que a circuncisão seja realizada, e por este motivo a Torá registra a conseqüência de "extirpação espiritual" para qualquer judeu do sexo masculino que não tenha um Brit Milá (Bereshit 17:14).
A terceira referência à "orlá" é quando D'us diz ao povo judeu "para remover a orlá do coração" (Devarim 10:16). Aqui a referência é simbólica; o Todo Poderoso está exortando as pessoas a buscarem a verdade. Fazer isso exige que se remova aquilo que impede a pessoa de enxergar a verdade - "as barreiras do coração."
Portanto, é apropriado que o dia do opshernish do garoto (quando ele simbolicamente deixa a categoria de "orlá" juntamente com seu cabelo) seja também o dia em que ele tradicionalmente inicia sua educação de Torá. Pois o estudo de Torá é a maneira básica de desligar o bloqueio espiritual, e remover as barreiras que impedem a pessoa de enxergar a verdade.
Conforme vai se livrando de seu cabelo, o menino sente que está entrando em uma nova etapa. Este é o dia de remover as barreiras.
Costumes
O terceiro aniversário de um garoto judeu é um evento especial repleto de importância. Para o corte de cabelo em si, é costume que membros da família e amigos dêem uma aparada. O primeiro corte é feito na frente da cabeça, no local onde o menino mais tarde colocará seu tefilin ao se tornar Bar Mitsvá.
Após aparar o cabelo, as pessoas dão ao menino uma bênção para obter sucesso na Torá, e também lhe dão dinheiro, que ele é encorajado a colocar na tsedacá, caixa de caridade. Já ouvi falar também de um costume de se pesar o cabelo do garoto, e então dar o valor equivalente em ouro ou prata para caridade - pelo mérito de que o menino tenha sucesso em Torá.
O primeiro corte de cabelo geralmente deixa o menino com "Peyot" - costeletas. Esta é uma glorificação do mandamento de não cortar o cabelo rente nos lados da cabeça (veja Vayicrá 19:27). As "Peyot" podem ser curtas ou longas, como preferir, desde que não sejam totalmente removidas. Os adultos cumprem esta mitsvá usando costeletas até o meio da orelha.
O dia do opshernish inclui estudar o Alef-Bet, as letras do alfabeto hebraico, com a criança. Uma bela maneira de se fazer isso é conseguir um cartão de plástico com o alfabeto, colocando um pouco de mel sobre cada letra. Deixa-se então a criança lamber o mel enquanto pronuncia cada letra. Isso é para que a Torá seja "doce em sua língua!"
Após três anos, ele agora começa a saborear os doces frutos da "Árvore da Vida."
Também se ensina à criança o versículo: "A Torá nos foi ordenada através de Moshê, uma herança para todo o povo judeu" (Devarim 33:4). Estas são as primeiras palavras que um menino judeu deve ser ensinado a falar, pois isso expressa seu relacionamento único e pessoal com a Torá.
Em Israel, tornou-se um costume fazer o primeiro corte de cabelo de um menino em Lag Baômer, no túmulo de Rebe Shimon Bar Yochai, em Meiron.