Ensino Religioso
01/01/1970
Natal é fenômeno em ascensão na China, mas pouco ligado à religião
TerraA comemoração do Natal na China é um reflexo da influência ocidental e consegue aumentar as compras e o consumo entre os cidadãos, mas, em poucos casos, a data pode ser vinculada diretamente com as crenças religiosas do povo chinês. O Natal não é feriado na China, mas é comemorado em algumas grandes cidades do país, como Pequim, Hong Kong, Xangai e Cantão, onde vive um grande número de imigrantes e é possível ver muitas ruas e shoppings com decoração de Natal, incluindo o tradicional Papai Noel.
Tudo parece indicar, no entanto, que o aumento do consumo não ocorrerá nos sites de comércio eletrônico, muito populares entre os chineses, devido à grande quantidade de promoções que já foram realizadas ao longo do ano, como a de 11 de novembro, quando se comemorou o "Dia dos Solteiros" com descontos de até 50%.
Nos últimos anos, especialmente entre os mais jovens, constata-se uma tendência crescente de comemorar o Natal, em muitos casos organizando jantares com amigos nos quais são trocados cartões e pequenos presentes. A rede de microblogs mais famosa da China, o Weibo, muito parecida com o Twitter e utilizada pelos jovens das cidades, acumula milhares de comentários de internautas de todo o país acompanhados de fotografias de árvores do Natal ou de presentes.
"Que ambiente! Este é a maior árvore da feira de Natal de Xangai. Canções natalinas, Papai Noel...Estou entusiasmada!", disse uma usuária na rede social. Além disso, o Weibo está sendo muito utilizado para se colocar anúncios e mensagens sobre o "que comprar", "como celebrar o Natal" ou "onde ir e ligar", nos quais são enumerados locais como parques, pistas de esqui, centros de águas termais e até as igrejas.
Uma jovem de Pequim, Lin Li, participará como voluntária da Missa do Galo, que será realizada na igreja de Xishiku, a maior de Pequim, onde se espera a presença de 10 mil fiéis. "Antes para mim não tinha muito sentido celebrar o Natal, mas este ano representa comemorar o nascimento de Jesus, um dia importante para pensar no que ele fez para a humanidade", declarou Lin, que foi batizada recentemente.
Embora as estatísticas mais recentes do Governo chinês indiquem que a comunidade cristã no país seja de 25 milhões de pessoas (18 milhões de protestantes e seis milhões de católicos), outras estimativas de organismos independentes a situam em 60 milhões.
Os católicos estão divididos entre os seguidores da igreja oficial (ou Patriótica, controlada pelo governo comunista), e da "clandestina", sob o controle de Roma e não aceita por Pequim.
Um dos pontos de embate é a nomeação dos bispos, pois o Vaticano considera que eles só podem ser designados pelo papa, enquanto a igreja Patriótica ordenou bispos sem autorização da Santa Sé.
Além das atividades dentro do país, para muitos cidadãos de classe média o Natal é uma oportunidade de viajar ao exterior, principalmente aos países ocidentais onde se oferecem grandes descontos nestas datas. Ou também para regiões do sudeste asiático, onde o clima é muito mais ameno do que na fria capital chinesa.
"Ocorreu um aumento dos pacotes de férias para Estados Unidos e Europa", confirmou à Agência Efe uma funcionária da China Travel Service, uma das maiores agências de viagens do país. No entanto, Hong Kong continua sendo o melhor destino nesta época do ano para quem está atrás de compras mais baratas.
Já Gao Ling, uma jovem de Pequim, prefere deixar o consumo de lado e viajará por duas semanas com seu namorado pela paradisíaca ilha de Koh Samui, na Tailândia.
"Prefiro desfrutar das praias e do sol para esquecer, embora seja por apenas alguns dias, do rigoroso inverno de Pequim", contou.
Esta notícia foi publicada no site Terra em 25 de Dezembro de 2012. Todas as informações nela contidas são de responsabilidade do autor.