Ensino Religioso
20/12/2007
O ritual de peregrinação à Meca
MINA, Arábia Saudita (AFP) - Quase 2,5 milhões de muçulmanos, armados com pedras, realizaram nesta quinta-feira um novo ataque contra Satanás, simbolizado por três colunas em Mina, uma etapa perigosa da peregrinação anual a Meca.
A chuva de pedras, que simbolizam as "jamarats" (brasas), teve início na quarta-feira, no primeiro dia da Aid al-Adha, a grande festa do Sacrifício. Terminará na sexta-feira, diante da Kaaba, o edifício cúbico na Grande Mesquita de Meca onde está incrustada a Pedra Negra, uma relíquia sagrada dos muçulmanos.
"Ibliss (Satanás) será lapidado por 122,5 milhões de pedras, mas também por sapatos e insultos, em 72 horas", informa o jornal Al-Hayat na edição desta quinta-feira.
Cada peregrino deve atirar diariamente sete pedras em cada um dos três blocos de cimento, ds 25 metros de altura. Porém, nem todos ficam para os três dias de apedrejamento.
Segundo a tradição, neste lugar Satã surgiu em três oportunidades, primeiro ante o Abraão, depois ante sua esposa Hagar e mais tarde ante seu filho Ismael. Para expressar seu desprezo, Abraão e sua família jogaram pedras contra ele em sete oportunidades. O gesto foi perpetuado e os muçulmanos devem realizar esta última etapa para poder cumprir com o Hadji.
Este último ritual da peregrinação é o mais perigoso, já que anteriormente ocorreram avalanches humanas nas quais morreram centenas de pessoas.
Em janeiro de 2006, 364 pessoas perderam a vida em um gigantes movimento de pânico durante o ritual de apedrejamento. Mas a avalanche humana mais grave aconteceu em 1990, quando 1.426 peregrinos, em sua maioria de origem asiática, morreram asfixiados em um túnel de Mina, aparentemente por causa de um defeito no sistema de ventilação.
Em Mina, os fiéis devem imolar um animal, geralmente um cordeiro, em comemoração ao sacrifício que Abrãao esteve prestes a realizar quando Deus exigiu que degolasse seu filho Ismael para provar sua fé.
A lapidação, transmitida ao vivo pelos canais de televisão sauditas e pela maior parte dos canais via satélite árabes, também é um perigoso exercício para muitos peregrinos.
Todos os fiéis, transpirando, iniciam o ritual aos gritos de "Alá al Akbar" (Deus é o maior). Eles tentam se aproximar o máximo possível do alvo, mas às vezes as "brasas" não chegam ao objetivo e os peregrinos é que são apedrejados.
De acordo com o jornal Okaz, muitos peregrinos começaram a sangrar depois que foram atingidos na cabeça.
Edit: Acessado em 20/12/2007 no sítio Yahoo Notícias. Link não encontrado no dia 29/12/2009. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria.