Ensino Religioso
19/12/2016
Quatro mentiras que sempre contaram sobre a Igreja Católica
Gisele EberspächerPraça São Pedro, Vaticano: desfazendo mitos sobre o catolicismo - Foto: Tony GentileReuters
A Igreja apoiou mesmo a escravidão? Como ficam os católicos com o Big Bang e a Teoria da Evolução? Para apresentar explicações sobre alguns dos temas que confundem os católicos, o casal de jornalistas Alexandre e Viviane Varela lançam o livro “As Grandes Mentiras sobre a Igreja Católica - Desvende os mitos sobre o Catolicismo”. Juntos, somam mais de 30 anos de experiência em catequese e 5 anos comandando o site O Catequista, que debate temas da Igreja Católica no mundo hoje e responde dúvidas de fiéis.
Usando referências bibliográficas e históricas, os dois tentam explicar algumas das acusações e dúvidas que as pessoas podem ter em relação à Igreja Católica. Com uma linguagem voltada para o público jovem, abordam temas difíceis com bom humor. Veja abaixo algumas das explicações dos jornalistas para as mentiras sobre a Igreja Católica:
A Igreja Católica não apoiou a Escravidão
“Uma desinformação bastante difundida diz que uma bula papal teria permitido a escravidão de negros, com base na crença de que não teriam alma”, dizem os catequistas. Mas, segundo eles, vários desses documentos tinham contextos históricos e sociais muito específicos, como as invasões árabes, e nunca apoiaram a institucionalização da escravidão como parte de um sistema econômico.
No período colonial brasileiro, por exemplo, a Igreja estava sujeita ao poder da monarquia portuguesa: “dentro dos seus limites, os sacerdotes ensinavam que os escravos não podiam ser maltratados e insistiam especialmente para que frequentassem missas e recebessem os sacramentos”, escrevem.
A Igreja Católica não foi responsável pela morte de Joana d’Arc
A Igreja Católica não apoiou o Nazismo
A Igreja não é inimiga da Ciência - e até concorda com o Big Bang e o darwinismo
“Não tem nada mais batido do que ficar espalhando por aí que a Igreja é inimiga da ciência. A verdade é que a Igreja Católica é uma das grandes responsáveis pela ciência moderna e muitos avanços científicos no nosso tempo”, escrevem os Varelas no livro.
Exemplos: Gregor Mendel, um monge agostiniano, começou os estudos que dariam origem à genética e Georges Lemaître, um padre belga, desenvolveu a teoria do átomo primordial, que diz que o universo veio de um mesmo átomo e está em expansão (essa teoria foi testada e recebeu a colaboração de outros cientistas, sendo conhecida hoje como Big Bang). Segundo os autores do livro, essa teoria de origem do universo recebeu apoio da Igreja já em 1951, quando o Papa Pio XII afirmou que as descobertas estavam alinhadas ao livro do Gênesis, que narra a criação do universo por Deus.
O Papa Francisco afirmou que a criação de Deus não foi feita em um passe de mágica, mas que o desenvolvimento foi lento e seguiu as leis internas criadas por Ele até que chegassem no que conhecemos hoje - assim, nem o Big Bang nem a Teoria da Evolução se opõe à Bíblia. “A Teoria da Evolução não diz que o homem veio do macaco; na verdade, ela diz que homem e macaco teriam surgido a partir de um ancestral comum. E isso não abala em nada a revelação bíblica de que o homem foi feito ‘à imagem e semelhança de Deus’. Afinal, essa verdade não reside nos atributos físicos humanos, mas sim no espírito, na liberdade e no intelecto”, afirmam os catequistas.
As grandes mentiras sobre a Igreja Católica - Desvende os mitos sobre o catolicismo
Alexandre Varela e Viviane Varela
Editora Planeta
224 pgs.
R$31
Alexandre Varela e Viviane Varela
Editora Planeta
224 pgs.
R$31
Esta notícia foi publicada no site Gazeta do Povo em 17 de dezembro de 2016. Todas as informações nela contidas são de responsabilidade da autora.